terça-feira, 21 de junho de 2011

Celia e Celma, nesta quinta, em raro show no Rio (grátis): o Brasil profundo em prato musical com um jeitinho de Minas

(Gerdal Jose de Paula)
Prezados amigos,

       No início dos anos 70, participando, na companhia de Angelo Antônio e de Gastão Lamounier Neto, do grupo vocal A Turma da Pesada, elas ajudaram Clara Nunes a vencer uma edição do Festival de Música de Juiz de Fora com o samba "Mandinga", um dos frutos da curiosa parceria entre o elegante Ataulfo Alves e o informal Carlos Imperial. Mocinhas que, então, já moravam no Rio, para onde vieram a fim de estudar no Instituto Villa-Lobos - lá diplomadas em licenciatura musical - e aqui ainda se apresentaram em casas noturnas de prestígio, como a Sambão e Sinhá, cantaram em bailes, como "crooners" da orquestra do trombonista Ed Maciel, e fizeram show produzido pela dupla Miele e Bôscoli. No entanto, seria, nos anos finais da década seguinte, na cosmopolita Sampa, onde fixaram residência, que as gêmeas Celia e Celma, se reencontrariam artisticamente consigo, em "rancho fundo" do nosso território cultural, irmanadas, no espelho retrô do tempo, àquelas mineirinhas nascidas e criadas em Ubá, de família com casa vizinha à casa da família de Ary Barroso, crianças que foram e cedo tiveram contato com o folclore do seu estado: vendo a folia de reis e o congado e ouvindo muita catira, muito cateretê, por exemplo. Um Brasil na mesma toada, de "caipirarte" vivida e revisitada, nelas se tornaria a motivação maior, mais pulsante, de uma carreira a um só tempo una e dual, além de corolário natural de valorização da nossa autenticidade interiorana - mormente a do Sudeste do país. Um sabor roceiro e culturalmente nobre, muito bem provado, aliás, em excelente programa por elas semanalmente conduzido, de 1988 a 1997, no Canal Rural (no qual entrevistaram, por exemplo, grandes nomes das nossas cordas "violadas", como Ivan Vilela, Paulo Freire e Miltinho Edilberto), Sabor reforçado quando do lançamento de um livro saído do prelo da editora do Senac (SP), "Do Jeitinho de Minas", que reuniu receitas talhadas para o fogão de lenha e a panela de pedra, próprias da gastronomia popular da Zona da Mata, em edição com CD anexo no qual, pela voz das cantoras, se ouvem as instruções de preparo dos pratos ao ritmo do xote, do samba e da moda de viola.  
       Fui, por alguns anos, assíduo espectador da referida atração de tevê, na NET, e sou admirador do que Celia e Celma cantam e fazem, com sinceridade e sem xenofobia, em defesa de um "Brasil brasileiro" já cantado por Ary nos seus versos famosos e por ele internacionalmente aquarelado. Um Brasil, em particular o país musical, que precisa dar mais as caras por aí e aproximar-se mais da sua massa de ouvintes, frequentando-lhes, por exemplo, em fina sintonia, iPads e iPods. Um Brasil talentoso e culturalmente lindo e trigueiro que, ainda sob a inspiração do Ary, abre a cortina do passado e percebe no presente, sem medo de ser feliz, que o seu coqueiro ainda dá muito coco pro futuro. Um Brasil, em suma, essencial, ora a reboque de um Brasil fundamentalmente aparente.
      Um bom dia a todos. Grato pela atenção a estas linhas e à dica respectiva, no "flyer" abaixo.

      Um abraço,

      Gerdal 

Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) um trecho da presença de Celia e Celma no programa de Jô Soares; 2) elas cantando uma das receitas do livro supracitado; 3) participação de Ivânia Catarina, Carlos Gomes e Paulinho Pedra Azul no extinto "Programa Celia e Celma", do Canal Rural. 

http://www.youtube.com/watch?v=-FGoNtXbrX8 (Celia e Celma no programa do Jô)

http://www.youtube.com/watch?v=xyEsHGBXMlk (receita de língua com molho cantada por Celia e Celma)
    
http://www.youtube.com/results?search_query=celia+e+celma+catarina&aq=f (programa apresentado por Celia e Celma no Canal Rural)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Salve o oitentão que dividiu a história da MPB

João Gilberto chega aos oitenta anos e, mesmo conhecido pelo temperamento arredio, continua reverenciado pelo seu talento e pela sua contribuição à música popular brasileira como a gravação de um compacto onde canta "Chega de saudade" e "Bim bom". 

Conheça a sua carreira de A a Z, visite o Dicionário da MPB na web.

Lançamento do filme Patápio Silva, de Alexandre Palma

O Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA) continuando a sua saga em reverenciar a memória fundamental do país, homenageia no sábado, 11 de junho de 2011, Patápio Silva, um dos fundadores da MPB e celébre flautista.
Para um público selecionado, no salão de música do ICCA será exibido o documentário Patápio, do cineasta e professor da UFRJ Alexandre Palma, a que segue show remissivo com a participação dos jovens flautistas Jeferson Souza e Rudi Garrido.

Para saber mais sobre o filme, veja a entrevista do diretor Alexandre Palma, concedida ao jornalista Alexandre Nadai.


E aproveite para ter uma prévia do que será o evento de lançamento do filme pelos depoimentos dos flautistas Jeferson Souza e Rudi Garrid.

Carla Barros/ICCA - Assessoria de Comunicação

domingo, 5 de junho de 2011

Exposição "Vozes de Nelson Cavaquinho", por Ricardo Pook

A mostra reúne imagens de 35 intérpretes que gravaram obras do compositor clicados em cena pelo fotógrafo Ricardo Poock. A exposição faz parte das comemorações pelo centenário do nascimento do compositor mangueirense e deve ir até o final de junho.
Endereço: Av. São Sebastião, 2, cobertura. Urca.

Visitas devem ser agendades pelo telefone 2295-2532

Veja algumas das fotos expostas em http://www.facebook.com/media/set/?set=a.159859404076290.41245.100001566945433&l=f377e75019